Andamos ácidos. E não é força de expressão, é fato: com uma dieta rica em alimentos que elevam a acidez do nosso organismo abundante em pães (farinha branca), laticínios, carnes, açúcares, refrigerantes, bebidas com cafeína, produtos industrializados, e pobre em verduras, legumes, frutas, oleaginosas, entre outros que nos alcalinizam, cada vez mais apresentamos problemas de saúde relacionados ao desequilíbrio do pH do corpo.
O que é esse tal pH do corpo?
Primeiro, precisamos entender o que é esse tal pH do corpo. Sigla para “potencial Hidrogeniônico”, ou seja, a concentração de íons de Hidrogênio de uma solução, é um parâmetro de neutralidade, acidez ou alcalinidade em valores que vão do zero (acidez máxima) ao 14 (extremo alcalino), sendo 7 o neutro. A água natural, por exemplo, é 7. Já uma bebida à base de Cola é extremamente ácida: pH 2,5.
Imagine que dentro das suas células haja uma batalha diária por equilíbrio. De um lado, átomos carregados com cargas elétricas positivas, de outro, negativas, num constante processo de ionização em busca da neutralidade. Quando o exército ácido está em maior número, precisamos de uma alimentação alcalinizante, cujas moléculas se combinam com íons de Hidrogênio para neutralizar o poder elétrico negativo “inimigo”. E conquistar a paz.
Manter a saúde corporal depende dessa pacificação constante. Tanto o desequilíbrio ácido quanto o alcalino são prejudiciais. Porém, como o fisiologista e bioquímico alemão Dr. Otto Warburg, prêmio Nobel de Medicina em 1931, bem pontuou: “Nenhuma doença, inclusive o câncer, pode existir em um ambiente alcalino”. E o que estamos presenciando é um estilo de vida urbano ocidental, estressante, sedentário e deficitário no quesito cardápio balanceado favorecendo a vitória dos íons ácidos.
O que acontece se o pH do sangue está ácido?
Um organismo com excesso de acidez tem sua capacidade de absorção de nutrientes e sais minerais comprometida, prejudicando a produção de energia pelas células e a eliminação de toxinas. Sem essa “purificação” natural, o corpo fica suscetível a inflamações e doenças e, inclusive, a ganho de peso, uma vez que o metabolismo torna-se lento pelo esforço extra que tem que fazer para colocar a casa em ordem.
Dentre as enfermidades relacionadas a longos períodos de um corpo em desequilíbrio ácido estão artrites, reumatismos, osteopatites, cálculo renal, diabetes, lúpus, úlceras, cardiopatias, hipertensão arterial, disfunção hormonal, alteração da flora intestinal e uma longa lista de cânceres. No dia a dia, a pessoa pode sofrer com fadiga, enxaqueca, insônia, redução da capacidade mental, retenção de líquido, halitose, prisão de ventre, perda de massa muscular, aumento de apetite e de peso, entre outros males.
Como medir o pH do corpo?
Você pode medir os níveis do pH do corpo pelo sangue através da saliva ou da urina. Compre na farmácia ou em laboratórios de análises fitinhas de papel indicador de pH universal, que vem com uma tabela comparativa. O pH salivar ideal deve estar entre 6,4 a 6,8, e pode chegar a 7,5 se a medição for feita após uma refeição, é normal. Para um resultado mais preciso, meça uma hora antes de comer, ou duas após. Já os testes de urina devem evidenciar pH entre 6,0 e 7,0.
Pergunta de ouro: como equilibrar o pH?
Se você pensou: alimentação saudável, acertou. O sangue humano saudável é levemente alcalino: 7,4. Para ficar assim, o ideal é consumir 60% de alimentos formadores de alcalinidade e 40% de acidificantes. Se o organismo já estiver desequilibrado ou você praticar exercícios regularmente (o que é altamente recomendado), aumenta-se ou diminui-se as percentagens, conforme orientação médica ou de um nutricionista.
Para ajudar na missão, evite cigarros, anfetaminas, cafeína em excesso, açúcar, junk food e bebidas alcoólicas.
Lista de alimentos e seus efeitos
Uma questão que pode confundir é a diferença entre o sabor do alimento versus o efeito que causa no organismo. O limão, por exemplo, tem sabor ácido, mas quando digerido tem o poder de alcalinizar o pH do corpo. Assim, montamos uma lista para você planejar sua dieta, baseada no que acontece no seu corpo após a digestão destes alimentos:
Alimentos acidificantes
Sementes, oleaginosas e cereais: Amendoim, arroz, aveia, avelã, castanha de caju, centeio, cevada, ervilha, feijão, gérmen de trigo, lentilha, nozes, trigo.
Derivados do leite: Manteiga, nata, queijos.
Outros: Açúcar, adoçantes, aspargos, bebidas alcoólicas, café, carnes, chá, chocolate, cogumelo, farinha branca, frutos do mar (caranguejo, lagosta, marisco), macarrão, mel, óleo de fígado de bacalhau, ovo, peixes em geral, tapioca, tomate.
Alimentos alcalinizantes
Frutas: Abacate, abacaxi, ameixa, amora, azeitona, banana, caqui, cereja, coco, figo, framboesa, goiaba, laranja, lima, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, melancia, melão, morango, nectarina, pera, pêssego, tangerina, uva,
Hortaliças: Abóbora, acelga, agrião, aipo, alcachofra, alface, alho, alho-poró, beterraba, brócolis, cebola, cebolinha, cenoura, couve, couve de Bruxelas, couve-flor, escarola, espinafre, milho, mostarda, nabo, pepino, quiabo, rabanete, repolho, salsa,
Outros: Amêndoas, azeite, castanha-do-pará, linhaça, melaço, óleos vegetais, soja.
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Referências:
- https://es.wikipedia.org/wiki/Otto_Heinrich_Warburg
- https://www.tuasaude.com/lupus/