Sobre obesidade, antes de mais nada, precisamos ressaltar que cada pessoa é livre para definir seu corpo como bem entender. No entanto, urge a necessidade de debater o tema.
Segundo a pesquisa “Epidemia de Obesidade e as DCNT – Causas, custos e sobrecarga no SUS”, no Brasil a prevalência de excesso de peso aumentou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019. A projeção indica que em 2030 a taxa de adultos obesos pode chegar a 26% e sobrepeso em 68% da população.
Neste artigo, além de trazer alguns números sobre o avanço da obesidade no Brasil, também vamos esclarecer como identificá-la em seus diferentes níveis e desmistificar alguns preconceitos.
O que é a obesidade?
Antes de mais nada é preciso quebrar a ideia de que o sobrepeso existe por desleixo, ou ainda, de que uma pessoa é obesa porque quer. Esse pensamento além de não condizer com a verdade, cria diversos preconceitos na sociedade.
É preciso reconhecer que o excesso de peso pode desencadear diversas doenças e consequências que diminuem a expectativa de vida do indivíduo. Motivo pelo qual muitos estudiosos levantam a ideia de que a obesidade seja de fato uma epidemia global.
Ela traz consigo diversas Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) como diabete tipo 2 (mellitus) e doenças cardiovasculares.
Um dado importante sobre esse tipo de doença é que em 2019, elas foram responsáveis por 55% das 738.371 mortes de adultos no Brasil. Dessa parcela, 173.207 ou 56,1%, ocorreram entre 30 e 69 anos de idade.
Cabe ainda reforçar que estas últimas devido a faixa etária impactada podem ser consideradas prematuras e evitáveis. Para que isso ocorra são necessárias não só políticas públicas mas também disseminação de conhecimento e informação.
O fato é que existem tipos de obesidade e suas origens também são diversas. Por exemplo, uma pessoa pode ser obesa por fatores genéticos que estão além do seu controle. De forma sistemática, existe a seguinte diferenciação.
Quanto à origem:
- Obesidade primária — quando a pessoa apresenta sobrepeso em decorrência do consumo em excesso de calorias.
- Obesidade secundária — como resultado de alguma doença pré-existente como síndrome de Cushing e hipertireoidismo.
Quanto ao formato:
- Homogênea — quando a gordura se distribui por igual em todo o corpo, incluindo braços e pernas.
- Androide — típico de homens ou mulheres depois da menopausa. A gordura se acumula no tórax e abdômen, e oferece mais riscos de doenças cardiovasculares.
- Ginecoide — comum em mulheres. A gordura fica concentrada na região dos quadris e nas coxas. Costuma ser associada aos casos de artrose e varizes nas pernas.
Como saber em qual nível de obesidade a pessoa se encontra?
Além da categorização por origem e formato que apresentamos acima, a pessoa pode ainda se enquadrar em níveis diferentes de obesidade. E, um bom jeito de saber em qual ela está é por meio do cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal).
Ele é calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado, e o ideal é que o resultado esteja em torno de 18,5 a 24,9. Qualquer valor acima é enquadrado como excesso de peso dentro dos níveis abaixo:
- Abaixo do peso: abaixo de 18,5:
- Peso normal: 18,5 a 24,9:
- Sobrepeso: 25 a 29,9;
- Obesidade grau I: 30 a 34,9;
- Obesidade grau II: 35 a 39,9;
- Obesidade Grau III: acima de 40.
Essa fórmula inclusive foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e amplamente utilizada no mundo inteiro. Vale ressaltar que o nível de sobrepeso é classificado como pré-obesidade.
Se basear por esses critérios com a ajuda de um profissional especializado é o indicado. A balança e o espelho servem para você mediar a sua aparência apenas, não sua saúde.
No caso do estágio de sobrepeso, ou seja, para aqueles que apresentam IMC entre 25 a 29,9, na maioria das vezes, uma reeducação alimentar, mudança de hábitos e prática de exercícios físicos já ajudam. Motivo pelo qual a alimentação é tão importante.
No entanto, às vezes, por motivos genéticos ou por doenças já pré-existentes, isso acaba não sendo suficiente para impedir o agravamento da obesidade. Nesse caso, é preciso acompanhamento médico e nutricional.
Não temos o que falar sobre sintomas da obesidade, mas sim consequências. A partir do nível pré-diabetico a pessoa pode está sujeita às seguintes doenças:
- diabetes tipo 2;
- problemas respiratórios (como a apneia do sono);
- doenças cardiovasculares (insuficiência cardíaca,hipertensão, acidente vascular cerebral);
- problemas de locomoção (artroses, artrites);
- concentração de gordura no fígado;
- doenças vesiculares;
- propensão a vários tipos de câncer como de mama e próstata nos homens;
- infertilidade para as mulheres.
Além das doenças e consequências acima, o sobrepeso impacta também o emocional e psicológico. A pessoa sofre com baixa autoestima, ansiedade e depressão.
Muitas vezes esse quadro emocional pode ser desencadeado a partir do estigma social e preconceito associados à doença.
Neste artigo apresentamos alguns dados que ressaltam a preocupação mundial sobre a obesidade, bem como a necessidade de debater o assunto de forma empática.
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