O câncer de colo do útero, é o quarto mais comum e uma das principais causas de morte entre mulheres em países em desenvolvimento. Suas chances de cura são amplas, quando diagnosticado precocemente, por isso, neste mês de outubro, além da atenção ao câncer de mama, é necessário, falarmos do câncer de colo uterino, que pode ser diagnosticado com um simples exame de “Papanicolaou”, feito no consultório ginecológico.
Além disso, este tipo de câncer assim como os demais, pode ser prevenido através da adoção de um estilo de vida saudável. As práticas preventivas incluem evitar o tabagismo, manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas regulares e adotar práticas sexuais seguras, todas as quais contribuem significativamente para reduzir a incidência dessa doença.
A Organização Mundial da Saúde refere que cerca de 30-50% de todos os casos de câncer poderiam ser evitados se um estilo de vida saudável fosse colocado em prática (1). Neste artigo vamos destacar a importância das práticas saudáveis neste contexto de prevenção do câncer de colo uterino com base em evidências científicas.

Alimentação rica em antioxidantes e fibras
Estudos indicam que uma dieta rica em frutas, vegetais, e grãos integrais, que contêm antioxidantes e fibras, ajuda a fortalecer o sistema imunológico. Esses alimentos auxiliam o corpo a combater o HPV (papilomavírus humano), principal agente etiológico do câncer de colo do útero.
Além disso, uma ingestão relativamente baixa de vitaminas, vegetais e frutas em combinação com o tabagismo foi mais associada a uma alta incidência de câncer de colo uterino. Ainda vale salientar que os efeitos negativos do tabagismo podem ser mais fortes do que os efeitos positivos de vitaminas, vegetais e frutas na regressão desta doença (2).
A quantidade adequada de consumo de frutas e vegetais em uma dieta saudável é de 3-5 porções por dia.
Atividade física regular
A prática de exercícios físicos contribui para a saúde hormonal e fortalece o sistema imunológico. De acordo com uma análise de coorte, mulheres fisicamente ativas apresentam menor risco de desenvolver câncer de colo do útero. O exercício ajuda a regular os níveis de estrogênio, que estão associados ao desenvolvimento de cânceres ginecológicos (3).
Outro estudo mais recente, feito em Taiwan confirma que a prática diária de exercício está significativamente associada a um baixo risco de incidência de câncer de bexiga, colo do útero e tireoide (4).
Evitar o tabagismo
O tabagismo está fortemente associado a um aumento do risco de câncer de colo do útero. Substâncias cancerígenas presentes no cigarro comprometem a saúde celular e aumentam a predisposição para a infecção persistente por HPV, principal fator de risco para o câncer de colo uterino (5).
Vale destacar que o tabagismo passivo, quando comparado a mulheres que não são fumantes passivas, aumenta as chances de câncer de colo uterino, por isso é importante estar em um ambiente de não fumantes (6).
Práticas sexuais seguras
A infecção pelo HPV é a principal causa do câncer de colo do útero, e a adoção de práticas sexuais seguras, como o uso de preservativos e a limitação de parceiros sexuais, reduz o risco de transmissão do vírus. Campanhas de vacinação contra o HPV também têm sido eficazes na prevenção desse tipo de câncer.
Conclusão
O estilo de vida saudável é sem dívidas uma ferramenta essencial na prevenção do câncer de colo uterino. A combinação de uma dieta equilibrada, consumindo cerca de 3-5 porções de frutas e vegetais diários, exercícios físicos regulares, evitar o tabaco e a prática de sexo seguro oferecem uma abordagem preventiva completa. Medidas de saúde pública focadas na conscientização e promoção desses hábitos podem reduzir significativamente a incidência e a mortalidade dessa doença na população.
Referências
- OMS: Câncer — Principais fatos. 2022. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/cancer . [acessado em 1 de outubro de 2024.
- Koshiyama, M., Nakagawa, M., Ono, A. (2019). The Preventive Effect of Dietary Antioxidants Against Cervical Cancer Versus the Promotive Effect of Tobacco Smoking. Healthcare (Basel, Switzerland), 7(4), 162. https://doi.org/10.3390/healthcare7040162
- Cust A. E. (2011). Physical activity and gynecologic cancer prevention. Recent results in cancer research. Fortschritte der Krebsforschung. Progres dans les recherches sur le cancer, 186, 159–185. https://doi.org/10.1007/978-3-642-04231-7_7
- Lai, Y. J., Wang, C. C., Lin, Y. K., Chen, M. J., Chou, Y. S., Chen, C. C., Liu, C. Y., Wu, S. J., Hsu, L. F., Li, J. H., & Yen, Y. F. (2024). Association between leisure-time physical activity and incident cancer risk: a nationwide population-based cohort study. Sports medicine – open, 10(1), 116. https://doi.org/10.1186/s40798-024-00780-y
- Quinlan J. D. (2021). Human Papillomavirus: Screening, Testing, and Prevention. American family physician, 104(2), 152–159.
- Min, K. J., Lee, J. K., So, K. A., & Kim, M. K. (2018). Association Between Passive Smoking and the Risk of Cervical Intraepithelial Neoplasia 1 in Korean Women. Journal of epidemiology, 28(1), 48–53. https://doi.org/10.2188/jea.JE20160118