Os efeitos devastadores do Alzheimer (AD) e do comprometimento cognitivo leve (MCI) afetam milhões de pessoas em todo o mundo.
No entanto, há esperança de que mudanças intensivas no estilo de vida possam oferecer uma nova abordagem para retardar o alzheimer ou até mesmo reverter a progressão dessas condições.
Um estudo recente liderado por Dean Ornish e colaboradores investigou se intervenções de estilo de vida abrangentes poderiam melhorar a cognição e a função em pacientes com MCI ou demência inicial devido ao AD.
Os resultados foram promissores, sugerindo que mudanças na dieta, exercício, manejo do estresse e suporte social podem fazer uma diferença significativa.
Principais progressos para retardar o alzheimer
O estudo incluiu 51 pacientes, com idade média de 73,5 anos, diagnosticados com MCI ou demência inicial devido ao AD.
Eles foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um grupo de intervenção que seguiu um programa de estilo de vida intensivo por 20 semanas, e um grupo controle que continuou com seus cuidados sob orientação médica.
Os resultados mostraram que o grupo de intervenção teve melhoras significativas em várias medidas de cognição e função, enquanto o grupo controle apresentou piora do quadro clínico.
Medidas de sucesso
As principais métricas usadas para avaliar o progresso incluíram a Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer – Subescala Cognitiva (ADAS-Cog), a Impressão Clínica Global de Mudança (CGIC), a Classificação de Demência Clínica – Soma de Caixas (CDR-SB) e a Classificação de Demência Clínica Global (CDR-G). Após 20 semanas, o grupo de intervenção apresentou:
- Melhoria na CGIC (p=0.001)
- Redução na progressão do CDR-SB (p=0.032)
- Melhoria na CDR-G (p=0.037)
- Tendência de melhoria no ADAS-Cog (p=0.053)
Além disso, houve um aumento significativo na razão plasmática de Aβ42/40, um biomarcador associado ao AD, no grupo de intervenção, enquanto o grupo controle apresentou uma redução (p=0.003).
A microbiota intestinal dos participantes também mostrou melhorias significativas no grupo de intervenção, correlacionando-se com melhoras cognitivas.
Componentes do programa de intervenção
O programa de intervenção incluiu:
- Dieta: Uma alimentação baseada em vegetais, minimamente processada e pobre em gorduras nocivas e carboidratos refinados.
- Exercício: Atividade aeróbica diária e treinamento de força leve três vezes por semana.
- Manejo do estresse: Técnicas de meditação e exercícios de relaxamento.
- Suporte social: Grupos de apoio para promover interação social e suporte emocional.
Implicações para o futuro
Os resultados deste estudo sugerem que mudanças abrangentes no estilo de vida podem não apenas retardar o alzheimer e a progressão do MCI e do AD, mas também melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Embora o estudo tenha uma amostra relativamente pequena e uma duração de intervenção curta, os achados são encorajadores e justificam investigações adicionais com grupos maiores e períodos de acompanhamento mais longos.
Conclusão
A pesquisa de Ornish et al. destaca o potencial das mudanças intensivas no estilo de vida como uma abordagem não farmacológica promissora para o manejo do MCI e do AD.
Implementar uma dieta saudável, praticar exercícios regulares, utilizar técnicas de manejo do estresse e suporte social podem oferecer benefícios significativos na luta contra o declínio cognitivo.
Para aqueles interessados em adotar essas práticas, os resultados deste estudo fornecem um forte argumento para a integração de intervenções de estilo de vida em planos de tratamento para pacientes com comprometimento cognitivo.
Incorporar essas mudanças pode ser desafiador, mas os benefícios potenciais para a saúde cerebral são significativos. Este estudo reforça a importância de um estilo de vida saudável como uma ferramenta poderosa para retardar o Alzheimer e do comprometimento cognitivo.
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Referências:
- Ornish et al. Effects of intensive lifestyle changes on the progression of mild cognitive impairment or early dementia due to Alzheimer’s disease: a randomized, controlled clinical trial. Alzheimer’s Research & Therapy, 2024.
- Livingston G, Huntley J, Sommerlad A, et al. Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report of the Lancet Commission. Lancet. 2020;396(10248):413–46.
- Morris MC, Evans DA, Tangney CC, et al. Associations of vegetable and fruit consumption with age-related cognitive change. Neurology. 2006;67(8):1370–6.