De quanto tempo deve ser o intervalo entre as refeições?

Saiba qual deve ser o intervalo entre as refeições e por que você não deve comer de 3 em 3 horas

Conteúdos

O nosso corpo funciona perfeitamente graças a um conjunto de processos dinâmicos e bem estruturados que acontecem a todo momento dentro de nós. É o chamado metabolismo, que permite a realização de nossas atividades fisiológicas e nos mantém de pé e em equilíbrio. Para mantermos essa harmonia corporal, no entanto, precisamos nos abastecer com os nutrientes necessários para esse fim. Nessa hora, entra a famosa pergunta sobre o intervalo entre as refeições: de quanto em quanto tempo eu preciso comer?

Pensando nesse assunto, escrevemos este post explicando como deve ser o intervalo entre as refeições e por que comer de 3 em 3 horas é um costume que deve ser deixado no passado. Confira com a gente!

A individualidade de cada organismo

Primeiramente, algo importantíssimo a salientar é que um corpo humano, embora tenha certos padrões, nunca é igual a outro.

Considerando o intervalo entre as refeições, é crucial reconhecer que as pessoas são diferentes não só nos modos de pensar, mas também em suas necessidades nutricionais.

A bioindividualidade é um fator essencial e o alicerce dos bons hábitos relacionados à alimentação. Enquanto uns têm uma rotina mais ativa e precisam de mais calorias ingeridas por dia, outros precisam de muito menos e uma quantidade razoável já é suficiente para a realização de todas as atividades diárias.

Como deve ser o intervalo entre as refeições

Qual o melhor modo de se alimentar, afinal? A resposta é simples, embora fuja do senso comum: quando sentir vontade.

Padrões e horários bem definidos na hora de comer não são atuantes e indispensáveis para quem gostaria de manter a saúde e o bem-estar. A recomendação do intervalo entre as refeições pela OMS enfatiza que o segredo da alimentação, o segredo da alimentação está em optar por uma dieta nutritiva e que apresente os componentes necessários para nossas atividades diárias, não havendo relação com o intervalo de tempo em que isso deve ser feito.

Dessa forma, a hora da alimentação é quando tivermos fome, saciando nossas necessidades fisiológicas de maneira harmoniosa. Em outras palavras, é muito importante ter um café da manhã bem completo, um almoço moderado e um jantar mais leve, equilibrando, assim, o ritmo do nosso corpo — que funciona como um verdadeiro relógio —, e respeitando o intervalo entre cada digestão.

Por que não comer de 3 em 3 horas

No debate sobre o intervalo entre as refeições, muitos são os nutricionistas e médicos que defendem a ideia de que o corpo precisa comer de 3 em 3 horas. Essa ideia já é antiga. Desde o século passado, alega-se que esse é o intervalo ideal entre as refeições e, de lá para cá, muitas pessoas seguem com pulso firme esse costume.

As pessoas que acreditam que comer de 3 em 3 horas é saudável argumentam que, quando seu organismo é abastecido nesse intervalo, as reações anabólicas, ou seja, de construção, ultrapassam o número de reações catabólicas, as necessárias para efetuar reações químicas.

Além disso, há a ideia de que uma pessoa que respeita esse padrão consegue manter seu metabolismo mais acelerado, justamente por induzir o corpo a se manter nesse ciclo anabólico-catabólico com mais frequência, impedindo o acúmulo de gordura, mantendo a massa magra e, por consequência, garantindo saúde e saciedade.

Essas e outras informações foram, ao longo do tempo, sendo rebatidas por meio de uma série de pesquisas relacionadas ao nosso funcionamento fisiológico e a respeito de como o nosso corpo responde a diversos estímulos alimentares.

Com isso, surgiram argumentos que provam que comer de 3 em 3 horas não garante o bem-estar desejado, como veremos a seguir.

Motivos pelos quais a prática de comer de 3 em 3 horas deve ser interrompida

1. Não acelera o metabolismo

Toda vez que comemos, há um considerável efeito térmico provocado pelos alimentos, o que acaba acelerando o metabolismo. No entanto, o processo não é tão relevante quanto alegam alguns nutricionistas.

Ao considerar o intervalo entre as refeições, os pesquisadores Sean Curran e Shanshan Pang, da University of Southern California (EUA), demonstraram recentemente em um de seus trabalhos que o metabolismo de uma pessoa depende não do que ela come, mas sim dos hábitos saudáveis que ela pratica, como atividades físicas, e de sua predisposição genética, pois existem genes que fazem com que um indivíduo consiga se adaptar às mais diferentes dietas alimentares.

Com isso, não importa se a quantidade de alimento é consumida toda de uma vez ou se é fracionada ao longo do dia, a questão é que o balanço calórico no final será o mesmo e o metabolismo permanecerá constante dentro da naturalidade de cada pessoa.

2. A fome não é controlada com esse costume

Há quem diga que comer de 3 em 3 horas mantém o corpo sempre saciado e raramente provoca fome, já que o estoque nutricional está sendo constantemente reposto e a chance de exagerar numa refeição futura é menor. O que acontece, na verdade, depende de outro fator: o que estamos comendo.

Os carboidratos são a fonte de energia mais facilmente absorvida pelo ser humano. A transformação em açúcares é muito rápida e garante a energia necessária para muitos processos do organismo.

Segundo o livro Fat Chance: Beating the Odds Against Sugar, Processed Food, Obesity and Disease, de Robert Lustig, médico endócrino-pediatra da Universidade da Califórnia, quando ingerimos esse composto, o nosso pâncreas automaticamente ativa a insulina, que promove a absorção celular das moléculas de açúcar que estão no sangue. A diminuição da quantidade de açúcar na corrente sanguínea faz com que o cérebro pense que o corpo precisa comer, pois não está saciado. Com isso, o ciclo se reinicia e a pessoa sente fome novamente.

3. Não diminui o armazenamento de gorduras no corpo

Nossa dieta é baseada no consumo de carboidratos. Trigo, por exemplo, está entre os cereais mais consumidos do mundo e costuma estar na base da pirâmide alimentar de muitas pessoas.

Muitos pensam que, ao comermos de 3 em 3 horas, o carboidrato, como forma de energia, não se acumulará no corpo. Porém, a insulina, que citamos anteriormente, além de controlar os níveis glicêmicos, também promove o armazenamento de gorduras, como analisado em uma pesquisa feita em 2007 por Jacques Delarue e Christophe Magnan.

Com isso, verificou-se que a grande causa do acúmulo de gorduras foi justamente o consumo exagerado de carboidratos nesse período, pois quanto mais frequentemente comemos esse tipo de alimento, mais insulina será liberada e mais gordura será estocada durante o dia.

4. Não é essencial para garantir massa magra

Avaliando o intervalo entre as refeições, percebemos que a massa magra, ou a quantidade de músculos, muitos nutricionistas afirmam que, se ficarmos mais de 3 horas sem nos alimentar, o organismo começa a buscar a fonte de energia estocada nos tecidos musculares.

Isso não é verdade, pois o organismo só gasta a massa magra em situações extremas, quando ficamos cerca de 20 horas sem comer absolutamente nada, como demonstrado pelos estudos da nutricionista Kristina A. Varady, do National Institute of Health. Dessa forma, basta comermos qualquer coisa que a fonte nutricional será a proveniente do alimento consumido e não dos músculos.

Considerando tudo sobre o intervalo entre as refeições, concluímos que o melhor intervalo é aquele requerido pelo nosso organismo. Devemos manter uma dieta rica em alimentos saudáveis e que ofereçam a nutrição vital necessária. Dessa maneira, a digestão dos alimentos, além de completa, será sinônimo de saúde e vida tranquila, permitindo o bem-estar do indivíduo.

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Intervalo entre as refeições

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